Wednesday, September 14, 2005

Ceres, maior asteróide do Sistema Solar







http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1209200501.htm

ASTRONOMIA

Imagens do Hubble revelam que Ceres, maior asteróide do Sistema Solar, é mais complexo do que se pensava"Planeta-embrião" pode ter manto de gelo

SALVADOR NOGUEIRA

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele não conseguiu se tornar um planeta, mas faltou pouco. Imagens do Telescópio Espacial Hubble revelam que Ceres, o maior asteróide do Sistema Solar, tem uma estrutura interna mais complexa do que imaginavam os cientistas. E, ao que parece, é um astro recheado de água congelada.Usando o Hubble durante nove órbitas entre dezembro de 2003 e janeiro de 2004, os astrônomos conseguiram obter 267 imagens do astro. Uma olhada superficial nelas não revela muita coisa. Mas o ato de combinar esses resultados a modelos do interior do objeto começa a destrinchar os mistérios desse objeto que, apesar de ser um asteróide, tem porte até que razoável, com uns 930 quilômetros de diâmetro, e um formato aproximadamente esférico.Foi o que fez o grupo liderado por Joel Parker, do Southwest Research Institute, no Colorado (EUA). O artigo científico contendo as conclusões do grupo saiu na última edição da revista britânica "Nature" (http://www.nature.com/).Em essência, o principal esforço da equipe foi analisar o grau de achatamento observado no globo de Ceres, cujo "dia" (tempo que ele leva para dar uma volta completa em torno de si mesmo) dura cerca de nove horas terrestres.Os cientistas notaram que o objeto era um pouco mais oval do que o previsto para o caso de ele ser composto inteiramente por um único tipo de material -observações anteriores, com base em análises da densidade do objeto e em sua aparência na superfície, sugeriam que ele era como a maioria dos asteróides, apenas um agregado de pedregulhos rochosos reunidos pela atração gravitacional exercida pelo conjunto.Em vez disso, os novos resultados são mais compatíveis com um astro do tipo planetário, que é esférico e se divide em camadas. "É realmente muito mais um "miniplaneta" do que um pedregulho espacial, com essa diferenciação no interior", diz Cássio Leandro Barbosa, pesquisador do Grupo de Astronomia e Física Solar da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) que não teve envolvimento com o estudo.A equipe americana acredita que tudo deve se encaixar se Ceres tiver uma fina camada de argila e poeira, seguida por um manto volumoso de água congelada -o equivalente a cerca de 25% de sua massa total. No interior, um núcleo inteiramente rochoso.Quase um planetaCeres é o "rei" do cinturão de asteróides. Trata-se de um conjunto com mais de 90 mil membros que se espalha ao redor do Sol entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Apesar do número, a maioria desses objetos se resume a rochas com alguns poucos quilômetros de diâmetro, de modo que Ceres responde por cerca de um quarto de toda a massa reunida no cinturão.O novo estudo sugere que faltou pouco para o asteróide virar planeta -fenômeno que acontece logo no início da história de qualquer sistema planetário, quando um objeto atinge massa suficiente e começa a agregar os demais, "limpando" a sua órbita. Apesar de ter chegado perto, Ceres não conseguiu. A culpa deve ser de Júpiter, planeta gigante gasoso que é vizinho do cinturão."Ceres é um planeta embrionário", diz Lucy McFadden, da Universidade de Maryland, uma das autoras do estudo. "Perturbações gravitacionais de Júpiter bilhões de anos atrás o impediram de virar um planeta para valer."Moral da história: esses objetos consistem em restos da construção planetária, o que sobrou do disco de gás e poeira que, há 4,6 bilhões de anos, criou a família de astros que giram ao redor do Sol.Dados insuficientesEmbora os asteróides do cinturão não estejam tão distantes da Terra quanto os planetas gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), é difícil estudá-los daqui, dado o seu tamanho diminuto. Mesmo Ceres, o maior deles, aparece como um punhado de pixels nas imagens do Hubble.Então, a solução é enviar espaçonaves até lá. A sonda Galileo, que a Nasa colocou a caminho de Júpiter em 1989, fez sobrevôos de dois asteróides em sua passagem por aquela região. Mas a coisa só vai esquentar mesmo quando a sonda americana Dawn, que tem partida agendada para o ano que vem, entrar em órbita de Vesta, por volta de 2011, e depois de Ceres, em 2015, os dois maiores representantes do cinturão.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1209200502.htm
SAIBA MAIS
Astro foi primeiro de sua classe a ser descoberto

DA REPORTAGEM LOCAL

Ceres não é um planeta, mas seu descobridor bem que queria que ele fosse. O objeto, primeiro asteróide a ser avistado, foi identificado pelo italiano Giuseppe Piazzi, em 1801, quando o astrônomo procurava um possível "planeta perdido" entre Marte e Júpiter.A idéia de que houvesse um planeta por lá veio de uma estranha propriedade do Sistema Solar. Ao que parece, os planetas obedecem a uma curiosa regra matemática conhecida como Lei de Titius-Bode. Para a tabela prescrita pela lei ficar completa, deveria haver alguma coisa para preencher o vazio que hoje se sabe ser ocupado pelo cinturão de asteróides.Ao encontrar Ceres, Piazzi teve dificuldade em definir exatamente o que ele estava observando, por ter ficado em dúvida sobre suas dimensões. No final, ficou constatado que ele era pequeno demais para ser um planeta. No máximo, um planetóide. E não custou muito até que fossem encontrados outros objetos naquela região, caracterizando o cinturão.Até hoje a terminologia é vaga para objetos como Ceres. Embora "asteróide" seja a expressão mais comum, não está errado chamá-lo de "planetóide" ou "planeta menor". (SN)

Fabiano Oliveira
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